Conheça como o professor de roteiro Robert Mckee define o final fechado e aberto de um filme.

No livro Story, Robert McKee apresenta uma espécie de “triângulo” da narrativa. Diferente de manuais que seguem fórmulas fixas, ele foca na forma — na estrutura que sustenta boas histórias. Com exemplos de mais de cem filmes, McKee vai além das regras e propõe uma filosofia que ajuda a identificar o que torna uma história realmente impactante.

O triângulo da história

Robert McKee chama isso de triângulo narrativo, uma espécie de mapa que tenta enquadrar todas as possibilidades formais de construção de um enredo para um filme (como você verá a seguir, o sistema também é válido para romances, mas não totalmente). Planejar a trama é, portanto, escolher os eventos que se darão na história e a ordem em que aparecerão nela.

Arquitrama

É a trama de um protagonista, ativo, dono do seu destino, cuja história se desenvolve por causa e efeito em uma realidade consistente. O conflito é geralmente externo: eu versus a sociedade, eu versus o outro.

O design clássico da história. Com começo, meio e fim, onde os conflitos das personagens principais são externos. EX: Chinatown, homens de preto, os sete samurais.

Minitrama:

Se baseia na arquitrama, mas a reduz ao máximo, os conflitos das personagens são internos. EX: Paris, Texas, O Turista Ocidental.

Antitrama:

Para Robert McKee, isso equivale ao anti-romance, ao Nouveau Roman ou ao teatro do absurdo. É um conjunto de variações e possibilidades estruturais que não partem do clássico, mas o transformam completamente. Ele nega a arquitrama, contém coincidências, tempo não linear e realidades inconsistentes. Ex: objeto obscuro de desejo, oito e meio, Weekend à francesa

O final fechado

Uma das características da arquitrama é o final fechado. Nesse tipo de encerramento, o roteiro responde a todas as questões levantadas ao longo da história. Assim, o público sai da sala de cinema sem dúvidas ou sensação de que algo ficou faltando.

O final aberto

Umas das características de uma minitrama é ter o final aberto.

Final aberto: A maioria das questões levantadas no roteiro são respondidas. Entretanto, algumas (poucas) ficam para o espectador responder.

Este tipo de final pode parecer confuso ou aparentemente incompleto. No entanto, é um recurso narrativo com o qual o espectador é convidado a inventar seu próprio desenlace da história.

Um pouco sobre Robert Mckee

Robert McKee é um autor, palestrante e consultor de histórias conhecido por seu \”Story Seminar\”, que desenvolveu quando era professor na University of Southern California.

Robert McKee começou sua carreira no show business aos nove anos, interpretando o papel-título em uma produção teatral comunitária de MARTIN THE SHOEMAKER. Ele continuou atuando como adolescente em produções teatrais em sua cidade natal, Detroit, Michigan. Ao receber a bolsa de estudos Evans, ele frequentou a Universidade de Michigan e obteve o diploma de bacharel em literatura inglesa. Enquanto estudante, atuou e dirigiu mais de trinta produções. O professor de escrita criativa de McKee foi o notável Kenneth Rowe, cujos ex-alunos incluem Arthur Miller e Lawrence Kasdan.

Robert McKee, nascido em 30 de janeiro de 1941, é autor, palestrante e consultor de histórias. Enquanto lecionava na University of Southern California, criou o famoso “Seminário de Histórias”. Ao longo dos anos, publicou livros como Story, Dialogue, Storynomics e Character, onde explora os pilares da narrativa. Além disso, mantém o blog “Storylogue”, com conteúdo para escritores. McKee ministra seus seminários pelo mundo — de Nova York a Mumbai — e ensina, em três dias, os fundamentos da construção de histórias. Em eventos de um dia, ele também aborda gêneros específicos como suspense, comédia, terror e ação.

 

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